#BANDIDO é um disco composto por músicas nascidas nesse período de existência do trabalho de canções entitulado BÉLICO, do produtor musical Diogo Henrix, e é o disco de estréia deste trabalho. Grande parte das canções sofreram mutações com o tempo devido a mudança de formação do que antes era uma banda, até chegar nessa roupagem eletrônica que dá a cara definitiva ara as canções. A maioria delas nasceram no violão e teve sua desconstrução na busca de um lugar em que esse instrumento não existisse. Duas delas (TAURINO e AUTOTUNE TRAPSTAR) já nasceram nesse ambiente eletrônico, por serem músicas mais recém compostas, e ironicamente são canções internas e externas, pois na primeira exponho meu eu; e na segunda me empodero sobre este eu frente aos estilhaços dessa bomba chamada sociedade.
E é nesse cenário que o disco ecoa: trata da minha luta interna e externa frente as rachaduras sociais que por quase nada me coloca como diferente, e me trata assim, por ser negro, por ser queer, por não ter um emprego com carteira assinada e viver uma vida fardada. Canto sobre viver a margem, sobre me sentir um bandido no sentido de rebolar da minha maneira para sobreviver a tudo que se impõe, e eu anulo. E faço isso pela luta de ser o que eu sou, sem amarras, sem maniqueísmo. É um novo grito de “seja marginal, seja herói”. E quem disse que bandido não tem glamour!¿ risos. Isso se revela desde a capa, que foi criada no conceito “white face”, no sentido de que reparo que muitas vezes as pessoas enxergam o negro mas nas suas mentes manipuladas ela tá pensando como se fosse branco. Coo no caso da Beyoncé por exemplo, precisou dela fazer uma música sobre si, seu empoderamento e sua luta para seus fãs notarem que ela é negra. Ou em outros casos em que uma pessoa negra pensa que é branca, mas não por culpa sua, mas porque desde muito tempo é colocado que ser negro é ruim, então essa rejeição da raça impregna nas gerações e ganha trejeitos brancos, cabelos com chapinha porque desde cedo ouviu sobre negro ter “cabelo ruim”. E isso vira uma bola de neve reversa pois uma situação leva a outra. Por isso fiz esse deboche na capa. O disco também é cheio de deboches, por exemplo em AUTOTUNE TRAPSTAR quando eu canto “esconde sua bolsa porque o nêgo aqui tá fulo contigo”, eu pego esse clichê de que todo negro é ladrão, pois já aconteceu comigo várias vezes de pessoas olharem pra mim e apertarem a bolsa contra o peito num gesto de medo, e faço dele um deboche e uma ameaça, que tenham medo mesmo porque dá treta mexer com gente preta.
Enfim, sem mais delongas, “#BANDIDO” é o meu deboche abismal à caricatura que a sociedade faz do negro.
A faixa MÚ é inspirada num poema do meu amigo poeta, ipatinguense, Tiago Silva Barreto; FANQUI é adaptada de um poema da cantora Nívea Paula.
credits
released May 14, 2018
Gravado e mixado por Diogo Henrix, no estúdio Caramelo 47
Gravação de Vozes por André Xina
Masterizado no Estúdio Minotauro
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